TICO-TICO NO FUBÁ - 61 ANOS

Tico-Tico no Fubá foi o 8º filme lançado pela Vera Cruz Cinematográfica, no dia 21 de abril de 1952 e foi responsável pela divulgação do nome da produtora a nível internacional por conta do seu grande sucesso, iniciando uma nova fase da produtora, que se estabilizou para investir em novas produções de grande porte

O compositor Zequinha de Abreu.

O título do filme leva o nome do choro canção do compositor paulista Zequinha de Abreu e ficou mundialmente conhecida após participar da trilha sonora de cinco filmes norte americanos na década de 1940, com destaque para Copacabana (1947), em versão interpretada por Carmem Miranda. Após a afirmação de astros e estrelas e do nome “Vera Cruz”, com o público, o estúdio sentiu que poderia apostar em mais uma grande produção aos moldes americanos e escolheu como temática para esse novo projeto a vida do compositor falecido em 1935.

Ancelmo Duarte interpretando Zequinha de Abreu.

O drama biográfico de Zequinha de Abreu conta com Tônia Prado, Anselmo Duarte e Marisa Prado no elenco. O filme foi o segundo trabalho dos três atores na companhia Vera Cruz. Tônia Prado e Anselmo estrearam na companhia com um casal no drama Appassionata (1952), produção de grande investimento e sucesso. Já Marisa ganhou indicações e prêmios nacionais pela sua interpretação em Terra Sempre Terra (1951).

Os atores Anselmo Duarte, Tônia Carrero e Marisa Prado. 

Dirigido por Adolfo Celi e escrito por Jacques Maret, a biografia romanceada do compositor ganhou cenas fictícias e usou o caso de amor de Zequinha com Branca, filha do chefe da estação da sua cidade, a quem escreveu uma valsa de mesmo nome: “Branca”. No filme, Branca é uma bela dançarina de circo, que Zequinha se apaixona e compõe a música título do filme.
 

Tônia Carrero e Anselmo Duarte como Branca e Zequinha.

As gravações do filme foram feitas no estúdio da produtora em São Bernardo do Campo, onde foi recriada uma cidade em seus mínimos detalhes, apesar do filme ter locações em Santa Rita do Passa Quatro, cidade natal do compositor. Mesmo assim a produção de figurino e cenário não economizaram nas composições, deixando à mostra a preocupação de qualidade visual que a Vera Cruz prezava.

Tônia Carrero como a bela amazona Branca

O filme foi sucesso de bilheteria na época e participou da mostra competitiva do Festival de Cannes de 1952. O drama biográfico e musical marcou uma época e entrou para a história do cinema brasileiro. Uma época de consagração de astros e estrelas brasileiros equiparados aos de Hollywood. Tico-Tico no Fubá foi uma das grandes produções da Vera Cruz Cinematográfica que aumentou sua credibilidade e deu novas perspectivas de mercado.

Para comemorar a data nada melhor que rever Tico-Tico no Fubá:

Ano: 1952. Preto e branco. Brasil. 115 min. Direção: Adolfo Celi. Roteiro: Jacques Maret. Produção: Vera Cruz Cinematográfica. Elenco: Anselmo Duarte, Tônia Carrero, Marisa Prado, Marina Freire, Zbigniew Ziembinski, Modesto de Souza, Abelardo Pinto.

Sinopse: Zequinha (Anselmo Duarte) é filho do farmacêutico da cidade de Santa Rita do Passa Quatro e trabalha como coletor de impostos para a Prefeitura Municipal mas o seu verdadeiro interesse é a música, com várias composições conhecidas dos moradores. Quando um circo chega a cidade, ele é incumbido de cobrar as taxas e conhece o dono (Zbigniew Ziembinski) e a bela amazona Branca (Tônia Carrero). Na estreia do circo Branca usa uma valsa de Zequinha em seu número com o cavalo Sultão. A apresentação é interrompida por uma tempestade mas Zequinha fica na festa de comemoração dos artistas, quando então compõe de improviso e toca ao piano a sua canção "Tico-Tico no Fubá", inspirada no som ritmado de um monjolo que observara em seu caminho. Zequinha está noivo de Durvalina (Marisa Prado) mas não esconde sua atração por Branca, o que provoca a irritação dos habitantes da cidade e a tristeza da moça.