sexta-feira, 11 de outubro de 2013

BOA SORTE, MEU AMOR - GOING BACK TO MY ROOTS




O primeiro longa do pernambucano Daniel Aragão estreia hoje em Fortaleza, nos cinemas do Dragão do Mar, com uma história de amor que vira pretexto para mudanças.  Anexado no cenário cinematográfico atual de Recife, o filme compartilha de vários elementos narrativos de produções realizadas no nicho pernambucano.


Going back to my roots”, é assim que se resume o primeiro longa do pernambucano Daniel Aragão. Assim como na musica do norte-americano Lamont Dozier, que integra quase como um hino na trilha sonora, o filme faz uma passagem pela relação “homem e meio” a bordo de uma paixão entre um rapaz que trabalha em uma empresa de demolição em Recife e uma moça que estuda para ser pianista e não tem medo de instabilidades. 


O filme é uma obra com fatores biográficos do diretor que talvez pelo fato da pessoalidade bem estabelecida, ele (o filme) se firme com uma identidade concreta para quem assiste. Daniel se dedicou a história quando entendeu o sofrimento que sua avó teve quando sua fazenda foi desapropriada em 2007. Filho de engenheiro, o diretor conhece o ritmo e a maneira que a cidade de Recife cresce, foi então que ele decidiu unir essas relações que a maioria dos habitantes da capital tem com o interior, com a falta de cuidado do passado. 

 Debate com o diretor após a exibição do filme, na pré-estreia desta quinta-feira (09).

Boa Sorte, Meu Amor é muito assimilado, com os traços urbanos retratados na cidade de Recife, com O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, mas apesar das semelhanças de pensamento dos dois diretores, e de muitos cineastas pernambucanos, o filme não se utiliza concretamente de outras obras para se construir. É possível perceber uma similaridade entres as recentes produções pernambucanas, como Febre do Rato, Era Uma Vez Eu Verônica, O Som ao Redor, que apesar de terem um destaque maior que o filme de Daniel, não  tornam Boa Sorte, Meu Amor uma cópia. Pelo contrário, a obra de Daniel é tanto quanto autoral e vivenciada. 



Dividido em 3 atos, VOCÊ É O QUE VOCÊ PERDE, ENCONTREI UM NOVO ALGUÉM e DE VOLTA AS RAÍZES, o filme conta o resultado do encontro de Dirceu e Maria em um momento em que ambos precisam, mas não querem, de alguma desculpa para sair de onde estão ou resolver o que eles achavam estar resolvido.


Os dois se conhecem em Recife, cidade que o filme mostra se transformando cada vez mais por conta das intervenções imobiliárias. A troca do antigo desgastado pelo vertical moderno é o ponto da temática. Assim como na cidade essa troca do passado e dos ambientes de origem dos dois personagens também são evidentes, seja de maneira renegada ou não esclarecida. 



Dirceu vem do interior, de uma família de posses e de passado hostilizado pelo pai, que trocou o campo pela cidade por não suportar o ambiente campestre e suas delimitações. Com essa imagem borrada pelo pai, Dirceu tem suas lembranças como souvenirs que não lhe servem de nada a não ser como meras recordações que explicam seu passado, mas essas relações mal resolvidas dentro do personagem começam a vir a tona quando ele se ver obrigado a retornar a uma cidade do interior em busca de sua grande paixão. Ao chegar no ambiente interiorano de Águas Belas, ele se depara com o choque de cultura do lugar, mas se impõe de maneira superior colocando em prática suas cordialidades e imposições demonstrando a sua diferença de postura diante aquele lugar e as pessoas que considera inferior. Após ser sugado pelo calor e pelo cansaço da procura por Maria, ele acaba cedendo à atmosfera do lugar e a partir daí permite a entrada dos valores antropológicos que as casas, as arvores, o lago e a terra o margeavam desde sua chegada. 

Personagem Dirceu, interpretado por Vinicius Zinn.

Essa mudança também acontece para Maria, (a heroína da história, como disse o diretor na pré estreia do filme em Fortaleza) uma bela garota que se mostra ativamente atuante em sua vida, que não ojeriza tanto suas origens, também interioranas, e que tem certeza do que não precisa para conquistar o que quer. Ganhando a vida com pequenos bicos na cidade, ela estuda música e pretende se tornar pianista. Segura do que quer, e ainda mais do que não quer, a personagem faz escolhas indiferentemente das instabilidades que elas causarão. Mas após um fato decorrido da sua relação com Dirceu, suas vontades de voltar atrás de algumas escolhas acabam padecendo e ela acaba fugindo para Águas Belas em busca da resolução para essa que seria a sua maior instabilidade.

Personagem Maria, interpretada por Chritiana Ubach.

O filme é rodado em preto e branco e possui uma textura e iluminação perfeitamente sincrônica com o ritmo e essência da história. Além da trilha sonora e da escolha dos atores, a fotografia regida por Pedro Sotero é sublime e crucial para a “pancada” do filme. A escolha por um plano de zoom vagaroso e close-up deixaram a obra ainda mais autoral, apesar desse ponto poder levar o publico ao cansaço, mas a dosagem utilizada quase chega nesse limite. Há também algumas marcas pop nas composições dos planos, como em outros planos de zoom bem rápidos focando os rostos dos personagens, marcas essas retiradas de filmes dos anos 70, os favoritos do diretor. Os planos em sequência também foram bem utilizados no filme, exigindo mais dos atores que passam uma cena inteira numa fala direta sem cortes. 



A trilha sonora é um dos pontos altos do filme, se a fotografia deu corpo à obra, a trilha deu a sua alma. Daniel Aragão é apaixonado por musica e se utiliza delas para ajudar na composição de roteiros, e essa composição musical precisava estar presente no seu primeiro longa. Para montar a trilha o diretor contou com a ajuda do musico finlandês Jimi Tenor que por via e-mail compôs a sonora do filme. As musicas que são os porta estandartes do longa são I Don't Need You Around, de Jackie Wilson, embalando os momentos de exaltação que Dirceu tem por Maria, e  Going To My Roots, de Lamont Dozier que vem rasgando tudo quando toca. Essa ultima o diretor recebeu de um primo no enterro de sua avó, em 2003, e não poderia deixar de fazer parte do filme.



Daniel Aragão já dirigiu quatro curtas, A Conta-Gotas (2006), Uma Vida e Outra (2007), Solidão Pública (2008), Não me Deixe em Casa (2009) e foi assistente de direção em Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes. Boa Sorte, Meu Amor foi ganhador de melhor filme do júri jovem do 65º Festival Internacional de Locarno e de melhor direção e som no 45º edição do festival de Brasília. Atualmente o diretor está em pré-produção no se novo longa, Prometo um Dia Deixar Essa Cidade.

O diretor Daniel Aragão.

Boa Sorte, Meu Amor entra em cartaz hoje no cinema do Dragão do Mar em Fortaleza. O filme é uma ótima pedida para quem passou por experiências parecidas que resultaram em grandes mudanças.

 

Confira a programação das sessões:


PREÇOS:

Inteira – R$ 12,00/ Meia – R$ 6,00/Estudantes do Porto Iracema e de Audiovisual-  R$3,00






 


terça-feira, 1 de outubro de 2013

EDIÇÃO Nº 18




Com esse grande momento chegando, não posso deixar de falar nele.

DRAGON BALL Z – A BATALHA DOS DEUSES


Fãs de todo o Brasil estão aguardado ansiosamente pelo dia 11 de outubro, a continuação oficialmente decente de “Dragon Ball Z” com a supervisão exclusiva de Akira Toriyama, autor do quadrinho. Quando eu falo decente, isso significa que todo o desastre feito na série “Dragon Ball GT” será esquecida, lembrando que essa série foi um filé, não existe um quadrinho que conta essa história que a série apresenta e não teve a supervisão do autor.


A história desse filme se passa após os acontecimentos da fase Boo, mostra o despertar de Bills, o Deus da Destruição, que acorda disposto a destruir o Saiyajin responsável pela morte de Freeza. Em seus sonhos, o vilão vislumbrou um Super Saiyajin Deus e então parte em busca desse mistério, desconhecido até mesmo pelos remanescentes da raça de Goku e Vegeta. Além de Gothen, Trunks, Videl e Número 18, o filme traz figuras clássicas de Dragon Ball, como o imperador Pilaf, Shu e Mai.





O filme foi um sucesso na sua estreia no Japão, alguns fãs já deve ter assistido ao filme em japonês, após o vazamento na internet, mas uma grande apelação dos fãs pela a estreia no Brasil, a distribuidora Diamond Films atendeu aos pedido, inclusive a trazer todos os dubladores oficiais da série. Acredito que todos os fã que já baixaram e virão o filme, vão estar presente nos cinemas no dia da estreia. Isso é um marco na história, nenhuma animação japonesa, baseada em mangá foi para o cinema depois de “Os Cavaleiros do Zodíaco – O Filme: O Prologo do Céu”.


 

As expectativas são grandes, acredito que vários cinemas no Brasil vão lotar com essa estreia, isso não tem como negar. Então pessoal, vamos todos marca presença no dia 11 de novembro, levantado as mãos para ajudar o Goku no Genki Dama.




CINE CAOLHO – 5 ª EDIÇÃO



Acontece hoje, na Caixa Cultura de Fortaleza, a quinta edição da mostra Cine Caolho, exibindo três curtas cearenses, entre eles Lição de Esqui, dos prodígios Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro, ganhadores de melhor curta no Festival de Brasília.



Retomando a programação original de curtas metragens, após duas edições dedicadas a dois longas inéditos na cidade (Doce Amianto e Lins: Quando Todos os Acidentes Acontecem) a mostra coloca em exibição quatro curtas cearenses que ainda não foram exibidos por aqui. O primeiro é Lição de Esqui, de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro, recentemente ganhador de melhor curta e roteiro no Festival de Brasília, no mês passado, e também em exibição no Festival do Rio, na mostra competitiva Première Brasil: Novos Rumos, dedicada a jovens realizadores.

O segundo curta é O Tempo Entre o Sopro e o Apagar da Vela, de Rodrigo Fernandes e o terceiro é Os Versos Mais Lindos, de Ythallo Rodrigues. Após a exibição dos curtas haverá debate com a equipe de produção dos filmes, mediado por Andréa Bardawil. Tudo começa a partir das 19:30 no cineteatro da Caixa Cultural.

  
LIÇÃO DE ESQUI

Ficção. HD. 23 min. CE/Brasil. Direção: Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro. Roteiro: Leonardo Mouramateus.  
Sinopse: Neve é água. Água é água.


 

O TEMPO ENTRE O SOPRO E O APAGAR DA VELA

Ficção.HD.12min.CE/Brasil. Direção e Roteiro: Rodrigo Fernandes. Produção: Tardo Filmes. Elenco: Luis Henriques, Rodrigo Fernandes.
Sinopse: Sequência 2 – Escada – INT. NOITE
Dois homens jovens sobem serenamente a escada de um prédio residencial. Vemos apenas fragmentos de seus corpos.

OS VERSOS MAIS LINDOS

Ficção. HD. 24 min. CE/Brasil. Roteiro, Produção, Direção, Direção de arte, Montagem, Edição de som e Finalização: Ythallo Rodrigues. Produção: Filmes de Alvenaria. Co-produção: Alumbramento. Elenco: Adauto Garcia e Flávia Couto.


O QUÊ: Cine Caolho

ONDE: Cineteatro da Caixa Cultural Fortaleza

QUANDO: Hoje, as 19:30

QUANTO: Gratuito