O português nascido em uma família burguesa, descobriu
o cinema após ter uma vida muito boemia. Já foi da guarda da Galiza, foi piloto automobilístico,
estudou em colégio de jesuítas, foi atleta e em fim cineasta. Pouco
depois conheceu o cineasta italiano Rino Lupo
que fundou a escola de atores no Porto e foi um dos pioneiros do cinema
português. Motivado pelos documentários do vanguardista Walther
Ruttmann, fez seu primeiro curta documentário sobre o Rio Douro (é
um rio que nasce em Espanha e termina no norte de Portugal) Douro, Faina Fluvial . Esse seria o primeiro
de muitos do diretor motivado por temas etnográficos e a costa de Portugal.
Cena de O Gebo e a Sombra. |
O diretor que é o mais
velho realizador em atividade do mundo, com 103 anos, acaba de terminar mais um
projeto. O filme, O
Gebo e a Sombra, uma comédia dramática, inspirada numa peça
homônima de Raul Brandão de 1923. A hitória é adequada à crise que hoje atormenta a Europa, revelando a perda de valores das sociedades. A história gira em torno de Gebo, um
veterano cobrador que esconde de sua mulher, Doroteia, que está sendo vítima da
ganância de seu filho, João. Ao esconder roubos cometidos pelo filho, Gebo
acaba na cadeia, onde é convencido de que a honestidade e a ética são vistos
como valores relativos no mundo de hoje. O diretor afirma que não pensa em
aponsentadoria e revela que tem muito interesse de adaptar obras de Machado de
Assis para as telonas e cita Fernanda
Montenegro e Lima
Duarte para o elenco.
A primeira ficção de Manoel foi Aniki-Bodó,
adaptação do conto Os Meninos Milionários de Rodrigues de Freitas, que
retratava a dura infância de meninos no ambiente neo-realista do Porto. O filme
foi muito mal falado e mal recebida na época, só mais tarde seu trabalho seria reconhecido,
por conta disso Oliveira abandonou o cinema e se dedicou aos negócios da
família. Só voltaria a dirigir 14 anos depois com o filme O Pintor e a Cidade,
em 1956.
Cartaz de O Acto da Primavera. |
O Acto da Primavera marcou uma nova era
no cinema português, o documentário-fixão principiou a prática da antropologia visual (estudo antropológico das
artes visuais) no cinema. Outro trabalho marcante do diretor foi o
documentário-fixão A Caça, que por
seu diálogo foi censurada e o diretor ficou preso por dez dias.
Confira algumas cenas de A Caça de 1964:
Filmografia:
(Longas-metragens)
2012
- A Igreja do Diabo
2012
- O Gebo e a Sombra
2010
- O Estranho
Caso de Angélica
2009
- Singularidades de uma
Rapariga Loura
2007
- Cristóvão Colombo – O Enigma
2006
- Belle
Toujours
2005
- Espelho Mágico
2004
- O Quinto Império - Ontem Como Hoje
2003
- Um
Filme Falado
2002
- O Princípio da Incerteza
2001
- Porto da Minha
Infância
2001
- Vou
para Casa
2000
- Palavra e Utopia
1999
- A Carta
1998
- Inquietude
1997
- Viagem ao Princípio do Mundo
1996
- Party
1995
- O
Convento
1994
- A Caixa
1993
- Vale
Abraão
1992
- O Dia do Desespero
1991
- A Divina Comédia
1990
- Non, ou a Vã Glória de Mandar
1988
- Os
Canibais
1986
- O Meu
Caso
1985
- Le Soulier de Satin
1981
- Francisca
1979
- Amor de Perdição (1979)
1974
- Benilde ou a Virgem Mãe
1971
- O Passado e o Presente
1963
- Acto da Primavera (docuficção)
1942
- Aniki-Bobó
O Gebo e a Sombra (Gebo et l’ombre) foi filmado em Paris
e conta com a presença de duas atrizes-ícones do cinema europeu: Jeanne
Moreau (Joanna Francesa) e Claudia
Cardinale. Michael
Lonsdale, Ricardo
Trepa, Leonor
Silveira e Michel Piccoli (A Bela da Tarde) completam o elenco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário